Os Desafios da Nintendo com o Switch
Recentemente a Nintendo anunciou o seu novo console há algum tempo esperado e até então conhecido com o codinome de NX, o Nintendo Switch, um hibrido entre console de mesa e console portátil, com o grande desafio de recuperar uma gama de jogadores que não conseguiu com o Wii U e voltar a ter o sucesso conseguido com o Wii em relação a games casuais e para isso, conta com alguns desafios.
Nos últimos anos vimos a Nintendo explorar ao máximo o seu oceano azul, sendo iniciado com o Nintendo Wii em 2006. O termo, elaborado a partir de 2005 do livro da Harvard Business School chamado Blue Ocean Strategy – em português A Estratégia do Oceano Azul, abrange uma nova abordagem de marketing. Ele sugere que a maioria das empresas hoje estão em concorrência entre si para o mesmo público – lutando em batalhas sangrentas que resultam em “oceanos vermelhos” com cada vez menores oportunidades de mercado – podendo ter mais sucesso velejando no oceano azul do mercado inexplorado, com os potenciais compradores.
“O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços (oceano azul) e uma separação da concorrência (oceano vermelho). Os autores estudaram 150 ganhadores e perdedores em 30 indústrias diferentes e viram que explicações tradicionais não explicavam o método dos ganhadores. O que eles acharam é que empresas que criam novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram um outro caminho para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia.”
A Nintendo abraçou esta idéia e chocou a indústria uma década atrás, recusando-se a seguir a Sony e Microsoft em uma competição de gráficos HD e em vez disso, trouxe um produto novo, completamente alheios – o Nintendo Wii – que utilizou controle de movimento e títulos com apelo casual para atrair uma cultura inteiramente nova de consumidores. Funcionou. O Wii foi um sucesso de vendas incrível, e os milhões que a Nintendo ganhou confirmou que a estratégia do oceano azul era sábia e oportuna.
Mas isso foi há 10 anos. Agora, apos o anuncio de seu novo console, será que a Nintendo esta querendo voltar ao oceano vermelho, ainda apostará no seu oceano azul ou procurará um equilibrio entre o oceano azul e vermelho. Vamos ver que desafios ela tem na minha opinião.
Mentalidade
Hoje em dia quando se ouve o nome “Nintendo“, automaticamente as pessoas associam a “video game para crianças”. A Nintendo tem um desafio grande em mudar essa mentalidade, de deixar ser um video game somente para família, para ser tonar uma opção para bater de frente com PlayStation 4 e Xbox One. O video de apresentação do Switch mostrou jovens adultos entre 20 e 30 anos.
Inovação na medida certa
A Nintendo é conhecida pela suas inovações, e por salvar a industria de games no inicio da década de 80. Introduziu no Nintendo 64 e o acessório Rumble Pak que fazia o controle vibrar de acordo com as interações com o game(Starfox 64 é um exemplo bacana, cada tiro que a nave recebia, o controle vibrava) e o controle de movimento no Nintendo Wii. Mas nem tudo teve a aceitação pelo publico, seja por estar muito a frente de seu tempo ou mesmo por ser um produto ruim, como o virtual boy e mais recentemente o controle-tablet do Wii U. O conceito de segunda tela não foi bem aproveitado pelas produtoras e pouquíssimos games realmente fazem uso descente dele como o ZumbiU.
Hardware poderoso realmente importa?
A Nintendo pulou a geração de 32 bits indo do Super Nintendo(16 bits) direto para o Nintendo 64(64 bits dããã!)(na época tinhamos Sega Saturn e o PlayStation 1, ambos de 32 bits). O Nintendo Gamecube foi a ultima tentativa da Nintendo em concorrer com hardware poderoso enfrentando a Microsoft e a Sony, tinha especificações mais poderosas que o PS2 e só perdia pra o primeiro Xbox, no entando, o console foi considerado um fracasso comercial. Desde o Wii, a Nintendo não tem focado em poderio gráfico, e ao que parece vai continuar assim segundo recentes declarações do CEO da Nintendo of America , Reggie Fils-Aime, de que o NX(não tinhamos o nome Switch anunciado) “não é sobre especificações, teraflops, cavalos de potência, mas em conteúdo. Estamos focados em trazer o melhor entretenimento tanto para o Wii U, bem como o NX no futuro“. Apesar disso, o Switch parece que procura se equiparar e não propriamente superar o poder da atual geração. Indo em contramão a guerra dos teraflops, a Nintendo ainda não quer competir com poderio gráfico, mas ao que parece, não quer ficar muito atras nesse quesito e sempre fala em focar no conteúdo e jogabilidade.
Apoio das produtoras
Em seu anuncio, o Switch mostrou praticamente o triplo de empresas parceiras para o desenvolvimento de games em comparação ao anuncio do Wii U. No entanto, as empresas que apoiavam o Wii U inicialmente, abandonaram pouco tempo depois. A Ubisoft atrasou em mais de 6 meses o lançamento do Watch_Dogs para Wii U entre outros exemplos. Já vimos várias empresas se dizendo animadas com as possibilidades que o Switch oferece(inclusive a Ubisoft), isso é um bom sinal, mas só o tempo dirá.
Sair da zona do conforto
Esse ao meu ver, esse será o principal desafio da Nintendo para conseguir superar a concorrência e recuperar seu público. “Ruptura” é uma outra idéia chave da estratégia do oceano azul, é o conceito que você tem que sair da zona do conforto para se diferenciar de seus concorrentes. Se você está fazendo as mesmas coisas que todo mundo, qual a vantagem que você tem? Em vez disso, você tem que identificar o que os outros estão fazendo, o que é normal e esperado para eles e, em seguida romper a normalidade com algo inovador e surpreendente. E agora no caso da Nintendo, seria a “Ruptura” da “Ruptura” porque sua estratégia de buscar jogadores casuais já não se mostra mais tão eficiente hoje em dia, um dos motivos é a popularização e o aumento do uso dos tablets para esses tipos de jogos casuais.
Os controles de movimentos do Wii fizeram isso, em seguida o DS e sua tela sensível ao toque. O controle-tablet do Wii U foi uma tentativa válida. O desafio será imenso e uma tarefa difícil, mas se bem sucedido, poderia ser um grande passo para recuperar o público.
Vamos esperar para ver o que esse novo console hibrido pode nos oferecer, eu particularmente estou animando com o Nintendo Switch e pretendo comprar um.
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